Despertar a consciência crítica e profética dos jovens cristãos, para que vivam consistentemente a partir da cosmovisão bíblica.

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Tropa de Elite

terça-feira, 2 de novembro de 2010 comentários
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“Sabe o que o capitão Nascimento falou quando chegou em Nosso Lar? Não vai subir mais ninguém.” (Marcelo Adnet)

Na maioria das escolas, os alunos são educados para se tornarem Cidadãos, desprezando-se o ensino de matérias básicas. O aprendizado para a cidadania se dá através da Cartilha, um manual de idéias prontas que mostra a realidade em apenas duas cores: de um lado, o Sistema, e do outro, o oprimido. Quando crescem, a Manada enche as salas de cursinhos almejando a estabilidade de um cargo público.

Devido a educação que receberam, os Cidadãos não sabem lidar com as nuances (nem sabem o que é isso), e nessas situações, partem para a ignorância. A reação ao primeiro Tropa de Elite ilustra muito bem isso. Como a galeria dos vilões do Sistema não está inclui o jovem maconheiro, e como a Cartilha considera fundamental a psicologização do marginal para compreensão da realidade, não espanta que o filme tenha sido visto pela Manada como fascista e uma apologia à tortura. A Cartilha contribui em grande escala para o analfabetismo funcional.

Surpreendentemente, a recepção à continuação do Tropa foi bem diferente. Isso graças à jogada de mestre do diretor José Padilha: na luta contra as milícias, Capitão Nascimento tem como importante aliado um deputado esquerdista defensor dos direitos humanos. Genial! Mesmo que não tenham entendido um terço das críticas (provavelmente nem isso), achando inclusive que o personagem Fraga é o cara do filme, a Manada encheu as salas de cinema, batendo recordes de público, dando uma enorme banana para a pirataria. Finalmente, a Manada serviu para um bom propósito!

Ironias e provocações à parte, a saga do Capitão Nascimento toca num assunto fundamental: o papel do Estado e a sua situação atual. Segundo as Sagradas Escrituras, o Estado é uma instituição divina que tem por responsabilidades principais a repressão e a punição do mal (by Stott). Caso o Estado não existisse, a humanidade já teria desintegrado devido o pecado (by Kuyper). É o Estado que possibilita o retorno da ordem em meio ao caos.

Olhando para a nossa realidade, com altos índices de violência urbana, fica claro que o Estado brasileiro é um grande fracasso. Além disso, a própria visão do Estado está deturpada. A simples mudança das autoridades atuais não resolverá esse problema, pois a tendência natural da natureza humana é o mal. O cerne desta situação encontra-se no sistema de valores que regem a sociedade. A transformação de um Estado corrupto se dará ao cabo de uma guerra cultural. Cabe ao cristão engajar-se nessa guerra cultural, envolvendo-se nos debates, procurando mostrar que o cristianismo oferece as melhores respostas para os problemas atuais em todas as esferas. Mas para tal propósito precisamos de preparação, que se inicia no ensino de uma visão de mundo cristã. Bem aqui, aparece uma importante e fundamental questão: quantas igrejas estão preparando os seus membros para uma vida apologética?
 
 
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