Despertar a consciência crítica e profética dos jovens cristãos, para que vivam consistentemente a partir da cosmovisão bíblica.

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Tito (I)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010 comentários: 1
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Depois que foi liberto da prisão domiciliar, que cumpriu junto à guarda pretoriana em Roma, Paulo parte em nova viagem missionária. Na retomada de sua campanha evangelística, Paulo passa pela ilha de Creta, na qual ele e Tito apresentam o evangelho. Tito era um filho espiritual de Paulo, que veio a se tornar um grande amigo e cooperador. O apóstolo decide deixar Tito em Creta para liderar a organização da Igreja em Creta. Enquanto esteve ao lado de Paulo, Tito foi instruído e vivenciou experiências que o moldaram como líder. Após a separação, Paulo procurou obter informações sobre progresso do pupilo na tarefa que lhe foi conferida, e pelo que tomou conhecimento, decidiu escrever uma carta em que encoraja o discípulo, fortalece a sua autoridade pastoral frente os cretenses e orienta na resolução de alguns problemas.


Em diversas passagens das Sagradas Escrituras, vemos Deus utilizando a relação mestre e pupilo como meio para a preparação de novos líderes. Deus vocaciona um jovem e escolhe um servo maduro e experiente para ajudar na formação desse novo líder. Para que esse projeto obtenha êxito, o mentor precisa ser alguém disposto a ensinar, cuja vida sirva de modelo de cristão, e o pupilo seja uma pessoa leal e humilde.


Na carta que Paulo escreve a Tito, o apóstolo aponta como responsabilidade moral da mulher cristã madura, ensinar as mais jovens a se portarem de um modo que a “Palavra de Deus não seja difamada”. Preocupar-se com a formação do caráter cristão dos mais jovens é parte do cumprimento do segundo mandamento do Senhor, e, por conseguinte, responsabilidade daqueles que estão há mais tempo com Cristo, não importando se visa ou não à renovação da liderança.


Entristeço-me quando noto que este modelo escriturístico, o mentoreamento, encontra-se engavetado na maioria das igrejas, sendo substituído pela agenda do ativismo cristão, que mina a comunhão entre as diferentes gerações. A Palavra do Senhor nos estimula a investirmos no estreitamento dos laços entre jovens e velhos, para que a troca de experiências gere um aperfeiçoamento espiritual mútuo, fortalecendo a comunidade de fé. Separando-os, o que ganhamos de imediato é o desinteresse de um pelo outro, gerando dificuldade no processo de renovação da liderança, culminando no desprezo do velho e na soberba do jovem. E, infelizmente, é isso o que vem acontecendo.


Fonte consultada: Bíblia de Genebra, Bíblia Shedd, Bíblia King James, Comentário de Calvino às Epístolas Pastorais

 
 
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Muito bem colocado, irmão.

Corremos o risco, com os ministérios atomizados e por demais específicos, de promover mais separação do que união na igreja, e deixar os mais novos sem conselhos e sabedoria dos mais antigos, e estes sem ânimo e força daqueles.

Deus nos dê equilíbrio.

Abraço